Sebastian Stan sobre Donald Trump e Thunderbolts da Marvel
Quando Sebastian Stan cumprimenta você, há um calor sincero em sua voz que faz você esquecer, mesmo que por um momento, a intensidade dos papéis que ele encarnou no ano passado. O ator de 41 anos está em alta em uma onda de elogios da crítica por suas duas atuações muito diferentes, mas igualmente ousadas, em “O Aprendiz” e “Um Homem Diferente”, que lhe renderam duas indicações ao Globo de Ouro – um feito alcançado pela última vez por Ryan Gosling em 2016.
No ano passado, Stan provou, mais uma vez, porque é um dos atores mais transformadores da atualidade. Desde usar próteses e explorar temas de autoaceitação em “A Different Man” até entrar na psique de uma das figuras mais polarizadoras da história moderna em “O Aprendiz”, a capacidade de Stan de desaparecer em um papel só é igualada por sua determinação. para contar histórias complicadas, não importa as consequências.
Se “A Different Man” foi uma exploração pessoal, “The Apprentice” foi uma experiência social. Dirigido por Ali Abbasi, o filme é um estudo biográfico do personagem do jovem Donald Trump, com foco em seus anos de formação e nas características que acabariam por definir sua presidência. Para Stan, entrar na pele de Trump não foi apenas um desafio artístico, mas um campo minado de escrutínio público e da indústria.
“Este filme foi a coisa mais difícil que já fiz”, diz Stan VariedadePodcast do Circuito de Prêmios. “Não apenas pelas complexidades de interpretar Trump, mas pela reação que isso provoca.” Ouça abaixo.
Da polêmica em torno de seu financiador à recepção polarizada ligada ao seu lançamento em ano eleitoral, a jornada de “O Aprendiz” até a tela foi repleta de obstáculos.
Stan é sincero sobre a hesitação que enfrentou em Hollywood, tanto durante a produção do filme quanto depois. “Tive pessoas me dizendo para não fazer isso”, lembra ele. “Eles disseram que isso poderia afastar as pessoas, que eu não parecia com ele, que era muito perigoso. Mas para mim, atuar é ir em direção ao desconfortável… é tentar entender a humanidade, mesmo nos lugares mais sombrios.”
Ele esclarece cuidadosamente que “O Aprendiz” não se trata de simpatizar com Trump, mas de compreendê-lo. “Acho que as pessoas interpretam a compreensão como uma tentativa de simpatia, e esse não é o objetivo aqui. O filme pergunta: você confiaria nesse homem? Você colocaria sua vida nas mãos dele?”
O mergulho profundo de Stan na psique de Trump revelou algo ainda mais sombrio do que ele esperava. “Ele deu às pessoas permissão para perderem sua humanidade – para se comportarem de maneiras que não teriam feito antes. E é isso que mais me assusta”, diz Stan. “O oposto do amor não é o ódio – é a indiferença. E me preocupo com a indiferença que estamos vendo agora.”
A reação em torno de “O Aprendiz” estendeu-se até mesmo aos relacionamentos profissionais de Stan. Quando convidado a participar Variedade Na série Atores na série Atores, os organizadores lutaram para encontrar atores dispostos a formar dupla com ele devido à sua interpretação de Trump. Stan considera isso um momento decepcionante, mas nada surpreendente, emblemático do desconforto que muitos em Hollywood sentem ao se envolver publicamente com o filme.
“Tem sido revelador ver como as pessoas estão hesitantes”, diz Stan. “Já tive pessoas que vieram até mim em festas, dizendo que era o filme favorito do ano, mas quando se trata de apoiá-lo publicamente, há silêncio. Essa parte tem sido difícil.”
Ainda assim, houve pontos positivos. Pessoas como Paul Walter Hauser, co-estrela e amigo de Stan em “I, Tonya”, postaram publicamente nas redes sociais oferecendo-se para fazer parceria com ele no segmento Actors on Actors. Esse apoio não passou despercebido por Stan. “Isso foi incrível”, diz Stan com uma risada. “Paul é alguém que sempre admirei e momentos como esse me lembram da camaradagem que ainda existe nesta indústria.”
Com “A Different Man” e “The Apprentice” estabelecendo firmemente Stan como um ator destemido, ele está olhando para novos desafios. Atualmente, ele está desenvolvendo uma adaptação cinematográfica da história em quadrinhos “Reckless”, de Ed Brubaker, e trabalhando em um projeto com o célebre cineasta Cristian Mungiu.
E depois há a Marvel, é claro. Stan deve repetir seu papel como Bucky Barnes no próximo “Thunderbolts”. Descrevendo o filme como uma história dirigida por desajustados no estilo de “The Breakfast Club”, Stan sugere o humor e a camaradagem que os fãs podem esperar. “É um grupo estranho reunido e acho que as pessoas vão adorar”, ele brinca.
Mas, por enquanto, Stan está aproveitando os momentos mais calmos. Falando antes das férias, ele se concentrou em tentar reservar tempo para a família e comprar presentes de última hora. “Normalmente sou muito bom com presentes”, diz ele com um sorriso. “Mas este ano, está um pouco fora de questão. Vou reservar um dia e descobrir isso na hora.
Mal sabia ele durante esta conversa que uma vitória surpresa no Globo de Ouro por “A Different Man” estaria em seu futuro. E foi bem merecido.
Também neste episódio, a Mesa Redonda fala sobre os vencedores do Globo de Ouro deste ano e o que isso significa para a próxima corrida ao Oscar.
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