Como Ted Danson prosperou ao encontrar ‘o riso na tristeza’
Ninguém mais pode reivindicar o tipo de carreira televisiva que Ted Danson teve. Claro, existem vários atores que apareceram em vários programas de sucesso. Mas Danson tem sido uma referência no horário nobre há mais de cinco décadas, com programas de sucesso contínuos desde o momento em que alcançou o estrelato como Sam Malone em “Cheers” em 1982.
“Cheers” foi um megassucesso da NBC que durou impressionantes 275 episódios em 11 temporadas. Ele seguiu com outro sucesso, “Becker”, que durou seis temporadas e 129 episódios na CBS. No final dos anos 2000 e início de 2010, ele se voltou para o drama com papéis principais em “Damages” da FX e “CSI: Crime Scene Investigation” da CBS antes de descobrir “The Good Place” da NBC – e iniciar um relacionamento frutífero com o criador Mike Schur, que agora também está por trás da última estrela de sucesso de Danson em “A Man on the Inside”, da Netflix.
“Foi muito divertido, reconfortante e feliz estar de volta ao set escrevendo palavras para Ted”, diz Schur. E para Danson, o sentimento era mútuo: “Era aquela sensação de conversas doces, gentis, engraçadas e significativas sobre coisas sobre as quais estou na idade certa para falar”.
Agora, em reconhecimento ao seu longo e bem-sucedido trabalho, o Globo de Ouro está reconhecendo Danson com o Prêmio Carol Burnett – a maior homenagem televisiva da cerimônia. “Eu ficaria feliz com um biscoito com o nome de Carol Burnett. Eu a amo, adoro ela, respeito muito ela”, diz ele.
Mas, além do mais, por acaso, Danson também foi indicado este ano como melhor ator em série de TV, musical ou comédia, por “A Man on the Inside”. Representa a primeira indicação de Danson ao Globo desde 2007 (por “Damages”); ele já ganhou três Globos de Ouro: dois por “Cheers” (em 1990 e 1991) e um pelo filme para TV “Something About Amelia” em 1985.
“A Man on the Inside” estrela Danson como Charles, um viúvo que é levado a uma rotina solitária após a morte de sua esposa. Por brincadeira, ele consegue um emprego com um investigador particular para se infiltrar em uma casa de repouso e espionar seus residentes. Logo, Charles estabelece uma conexão com seus colegas idosos – e um antídoto para essa solidão.
“Nunca tive um papel como o de Charles”, diz Danson. “É raro ter a oportunidade de explorar um personagem tão rico e cheio de nuances. É até raro interpretar um personagem da minha idade, rodeado de colegas vibrantes com histórias que refletem essa experiência vivida. Desde a estreia do programa, tem sido incrível ouvir a recepção e ver como tantas pessoas de diferentes gerações estão se conectando à história, encontrando não apenas risadas, mas significado e emoção profunda.”
Danson, é claro, também foi visto interpretando uma versão de si mesmo ao longo de “Curb Your Enthusiasm”, da HBO, e teve um papel importante na segunda temporada de “Fargo”, da FX. Ele foi indicado para 18 Emmys – 11 dos quais vieram de cada temporada de “Cheers”. Ele ganhou dois deles, em 1990 e 1993.
Hoje em dia, Danson diz que gravita em torno de papéis que contenham um pouco de drama na comédia ou comédia no drama. E é por isso que ele está orgulhoso de “A Man on the Inside”.
“Minha alegria, o que mais me deixa feliz no roteiro ou na vida, é se você consegue encontrar o riso na tristeza. Ou se for um drama, se você conseguir encontrar a risada por trás disso”, diz ele. “Se for uma comédia, quero saber se há tristeza por trás dessa comédia. Esse é o meu tipo favorito de atuação.”